Assim
que chegou a esse mundo ele já veio chorando, sua mãe, no entanto, sorria.
Desde pequeno era a alegria da casa. Ao contar seus problemas infantis de forma
tão séria arrancava gargalhada dos adultos. “Esse menino é uma figura”.
Cresceu. Era a graça da turma. Arrancava sorrisos mesmo sem querer. Cada tirada
sagaz e mais gargalhadas o acompanhavam. Mas ele nunca achou graça em nada.
Nunca sorriu... “É tão fácil para as pessoas rirem... mas eu não consigo”. Foi
procurar a alegria em um circo. Cada número a platéia aplaudia e ele sem graça
acompanhava o coro. “Não entendo onde está a graça”. Fugiu com o circo, estava
decidido! Convivendo lá acabaria por encontrar a risada perdida. Os anos
passaram... Ele agora se pintava e se fazia de palhaço. Era o melhor, o mais
aguardado. Suas apresentações eram sinônimo de sucesso.
Um
dia conheceu uma bela bailarina, novata no circo. Linda. Seus olhos se
encontraram por alguns segundos. Entre saltos e rodopios ele sentiu os lábios
se contorcerem. Ela conseguiu arrancar o primeiro sorriso do pobre palhaço. A
vida dele ganhou novos tons. Ele ficou encantado! “Mas que incrível ser é esse?”.
Ele correu para se apresentar e ela disse: “Muito prazer, eu me chamo Maria da Graça”.
Ele enfim achou a graça de sua vida. Era ela aquela que tanto procurava, a dona
de seus sorrisos.
(Luíza Gallagher)
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