À noite nos despimos da máscara do cotidiano, nos livramos de todo o pudor fingido que somos obrigados a adotar na luz do dia, todo falso moralismo se esvai e o que sobra é o que somos de verdade. No breu da noite revelamos nossa verdadeira identidade. O luar mostra a face mais sombria, mais insana, imoral e sensível que possuímos. Na luz do dia somos apenas bons cidadãos cumprindo seus deveres, todos sérios, corretos e chatos demais. Mas toda essa boa aparência se põe junto com o sol, e nos revelamos pessoas frágeis, com suas loucuras, sordidez e um misto de vilania e heroísmo porque não? À noite deixamos de ser personagens, saímos de cena e passamos a ser nós mesmos, as pessoas por de baixo das máscaras.
(Luíza Gallagher)
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