Anna corre pelo campo. O capim alto emaranhando-se ao seu
vestido.
Corre menina, corre.
Mesmo indo longe ela não consegue se livrar do
vazio que sente. Senta a beira de um riacho e chora. Suas lágrimas se
misturando à água límpida que corre para longe.
Corre para o mar.
“Não dá para fugir de si mesma”, pensa ela.
“Não há onde se esconder de seus fantasmas.”
Uma brisa fria seca o rosto da menina, que, agora esboça
um suave sorriso.
“Então só resta lidar com o que somos”.
Anna levanta-se e volta para casa, não mais correndo, mas
andando vagarosamente. “Se tenho que conviver com o que sou, o melhor é fazer
isso lentamente. Correr não me afasta de mim, só me cansa mais”.
(Luíza Gallagher)
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