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Kanhaiya Kumari: O menino, a mãe e a lua

Um menino chamado Kanhaiya Kumari nasceu dentro de uma prisão e foi entregue pela mãe às autoridades, cresceu em orfanatos. Andava sozinho, era um menino de poucas palavras e olhos tristes. De três em três meses era levado até a cadeia  e lá tinha alguns rápidos minutos com sua mãe. Passava tão rápido, ele mal conseguia ter tempo para abraçar-lhe e contar todos os detalhes de sua vida. O menino vivia imerso em pensamentos, em sonhos. Em meio aos sonhos infantis estava lá o desejo desesperado de tê-la por perto. A cada visita à mãe voltava com o rosto marcado pela tristeza e o nó prendendo-lhe a garganta.
Quando ainda não passava de um menino, demorava a pegar no sono a noite, assustado com os monstros. "Como vou me proteger sozinho do bicho papão?", se perguntava às lágrimas. Nessa horas insones ele abria a janela e deixava a reconfortante luz do luar iluminar seu rosto. Passava horas admirando a lua até finalmente cair no sono. 
Uma noite, Kanhaiya não conseguia dormir, depois de se revirar na cama por horas, olhou para a lua que o encarava da janela  e fez uma sincera promessa a si mesmo: "Irei ajudar a minha mãe!".
O menino foi crescendo e nunca se esqueceu de sua promessa, todas as noites olhava para o céu e uma prece fazia para a lua: "Eu preciso encontrar um modo de ajudar a minha mãe, o que devo fazer?".
Os dias seguiram, no espelho não se via mais um menino, mas já um homem. Começou a trabalhar duro noite e dia, economizava vintém por vintém, até que por fim lá estava o equivalente a 370 reais guardados embolados dentro da fronha. 
O rapaz orgulhoso foi para a cadeia contar as boas novas para a mãe. Depois de 19 anos de distância entre mãe e filho a fiança havia sido paga e em liberdade a mãe chorosa e com o peito inflado de orgulho do amado filho o abraçou. 
Kanhaiya teve seu primeiro jantar em família e naquela mesma noite olhou para a lua e agradeceu: "Obrigado por me guiar, por me proteger e por cuidar da minha mãe. Agora Dona Lua, só o que peço é que o nosso abraço seja eterno.", o jovem deitou no colo da mãe e ali pegou no sono, sentindo a respiração maternal que tanto lhe fizera falta. Agora ele estava seguro, sua mãe estava com ele e os monstros nunca o pegariam.

(Luíza Gallagher)


* A história baseada na notícia: http://br.noticias.yahoo.com/blogs/vi-na-internet/indiana-espera-19-anos-at%C3%A9-filho-crescer-e-204635709.html

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