O
ativista digital Samuel Farias explica como entrou nessa luta
Um homem que luta pelos direitos das
mulheres parece algo inimaginável, mas assim é Samuel Farias, de 28 anos, um
ativista digital feminista. Ele apresenta um olhar diferente sobre esse
movimento tão criticado, principalmente por parte dos homens que não concordam
com esses ideais. Samuel vai na contra mão e apoia ativamente a causa.
No blog e no perfil do Facebook dele pipocam textos críticos, de sua
autoria ou não, sobre o sexismo e o papel da mulher na sociedade
atual. A indignação contra o machismo e
a luta pela igualdade já lhe rederam muita dor de cabeça e discussões, mas nada
disso desanimou Samuel a seguir adiante em seus ideais. “Desde sempre me
interesso por esse assunto. Moro no Rio de Janeiro, lugar conhecido por praias
e belas mulheres, e essa obsessão pelo corpo perfeito, essa vulgarização
estética da mulher me motivou a ajudá-las nessa luta. Não sou um homem
defendendo mulheres, sou um cara lutando pelo que acredito. Luto pelo que acho
justo”, afirma.
O ciberativista explica que o feminismo ao contrário do que muitos pensam defende a igualdade de direitos e
deveres para homens e mulheres e não um privilégio ao gênero feminino. “O
feminismo é um movimento que busca por igualdade. Queremos quebrar os
preconceitos e estereótipos que escravizam as mulheres em geral. Além disso, o
feminismo também trata da defesa de diversos grupos considerados minorias que
são tantas vezes vítimas de preconceitos e injustiças.”
Essa luta é bastante ampla de acordo
com ele e envolve também o preconceito racial, sexual e a gordofobia
(preconceito contra pessoas gordas), combatendo a busca por um corpo ideal que
muitas vezes é inalcançável.
Samuel cita o direito da mulher de
escolher o parceiro, o direito de voto, direito de trabalhar e até mesmo a lei
Maria da Penha como grandes vitórias do feminismo. Porém, afirma que ainda há
muito a ser conquistado, como o direito da mulher decidir sobre o seu próprio
corpo, receber salários iguais aos dos homens, o fim da opressão e o fim da
banalização da violência à mulher.
Samuel possui muitos seguidores em seu
blog e participa de fóruns e grupos online que debatem e desmistificam o
feminismo, que segundo ele é um
movimento mais fraco do que os demais que buscam igualdade, porque os valores
machistas e sexistas já estão tão impregnados na sociedade. “A minha militância
é solitária, eu milito pela causa, mas não partilho dos métodos de grupos como
o Femen, não apoio o movimento em partidos políticos, mas procuro conscientizar
homens e mulheres através das redes sociais, da discussão de propostas e
tocando na ferida”, explica ele.
A
informação é a principal estratégia do jovem para vencer essa batalha, ele
acredita que ao esclarecer o que realmente é o feminismo as mulheres começaram
a entender as injustiças que ocorrem e passam a lutar por mais justiça. “Honestamente,
o feminismo ainda não morreu, mas agoniza. É de extrema importância a
conscientização da sociedade”, alerta Samuel.
(Luíza
Gallagher)
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