Um provocador, era isso que ele era. Entre uma pergunta despretenciosa e outra ele a despia pouco a pouco com seu olhar. Era irritante quando ele se fazia de desentendido, quando ele parecia se esquecer do jogo "Por quê ainda falo com ele?" Aí ele sorria... Não havia promessas entre eles, mas ainda era um jogo sujo, perigoso. Eles fingiam não saber, afinal, tem conversas que não precisamos ter Não era exatamente uma amizade e nunca seria uma paixão Era a busca pelo mais puro e simples prazer, pelo final do dia com os dois satisfeitos e ofegantes. Era o encontro dos desesperos o dela em sentir algo, o dele para fugir de tudo Eram fotos enviadas, gemidos presos na garganta O desejo de lençol embolado, suor escorrendo, pele, língua, mãos e braços Um amontoado de membros embolados sobre a cama, contra a parede, no chão Era apenas tesão. (Luíza Gallagher)