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Paixão Pontual



Ela estava atrasada. Olhou o relógio e ficou ainda mais nervosa. Ele estava distraído, com fone nos ouvidos não prestava atenção no ir e vir de pessoas. Ela parou a alguns passos dele. Seus olhos se encontraram e pelos Deuses, o mundo parou!

O tempo para ela não mais corria, perdida no castanho daqueles olhos. Profundos, instigantes, inebriantes. Os acordes se perderam no fone caído sobre a jaqueta dele. O silêncio tranquilo daqueles olhos azuis o atraia, o arrastavam para alto mar. Assim ficaram os dois, se encarando confusos por um instante. Ela sorriu meio constrangida, ele correspondeu envergonhado. Ela apontou para o fone esquecido, ele desviou o olhar para recolocá-lo. Quando voltou a olhar ela já tinha sumido. Descera no ponto anterior. Ele esgueirou-se para um banco do ônibus, ainda abobalhado, a viagem para ele ainda não terminara. Foi apenas mais uma paixão pontual.

(Luíza Gallagher)

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