Estava distante
Perdida
Vazia
Ao olhar no espelho
Não mais se reconhecia
Era uma estranha a sorrir pelo reflexo
Os olhos opacos,
Tão brilhantes outrora,
Agora estavam vagos
Passos apressados
distanciavam ela dela mesma.
Fuga.
Ela sentia
Sentia muito
O tempo todo, até mais do que devia.
Os sentimentos vinham em turbilhão
Eram como ondas fortes à afogá-la
Rápidos e intensos.
A rotina diária
Destoava do caos interno
No qual ela não queria pensar.
Até tudo mudar.
Até o mundo parar.
Até ela ser obrigada a se encarar.
Sem desculpas
Sem fugas.
Ela foi obrigada a se enfrentar.
E quando os tempos ficaram loucos
E tudo virou um caos
Ela se realinhou
Foi no meio da confusão
que ela conseguiu se por em ordem
se encontrou afinal,
Enquanto o pânico gritava lá fora
Uma voz suave a embalava.
Estava em paz.
São tempos difíceis
Tempos de transformações
E de renascimento
E ela se reencontrou
Se transformou
E renasceu.
Estava juntando seus cacos.
Jogando fora o que não mais lhe servia.
E se reerguendo pouco a pouco.
Enquanto ao redor
O mundo adoecia
Ela estava se curando
(Luíza Gallagher)
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