“Família é coisa complicada”
Complicado mesmo é quando deixa de ser família. Não se iluda,
ninguém larga títulos. Pai, mãe, avós, tios... sempre serão, mas família?
Família é criada não por sangue, mas por laços, e quando o
laço desata o que resta? Um grande e profundo abismo parental.
Um convívio diário entre estranhos, silêncios e distância.
Portas fechadas, sem frestas, só com trancas.
O padeiro da esquina ganha mais atenção do que o filho. O
vizinho é mais cúmplice que a mãe, e assim a vida segue. Família quebrada junta
em uma foto na mesa com seus sorrisos congelados perante a ceia de algum Natal
emoldurada num quadro qualquer.
“Família é mãe, pai, esposa e filho”, me disseram. Não
rapaz, família não é só isso. Família é coração, e tal qual coração de mãe
sempre cabe mais um. Tio, tia, sobrinho, cachorro, afilhado, bisavô, tartaruga,
amiga, primo, tudo pode ser família se há amor. Mas se não há, nem pai, nem mãe,
que dirá filhos e esposa sobrevivem como tal elo familiar.
Família é amor e não reunião de estranhos com o mesmo sangue
e mesmos sobrenomes.
(Luíza Gallagher)
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