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Ela




Ele era um garoto como todos os outros, dividia seu tempo pensando em meninas, futebol, sua banda de rock e talvez algum jogo legal. Ela era diferente das outras garotas, pra ela não bastavam as fofocas, os amores e os finais felizes de contos de fada. Ela queria mais, queria além, queria muito, queria tudo. Ele gritava sua dor, ela sussurrava seus prazeres. Ele queria compreender, ela queria confundir. Ele sonhava, ela realizava. Mas ele era apenas um garoto como qualquer outro, não podia dar mais que uns amassos e algumas promessas de amor. Ela quis terminar, conhecer outros garotos, e assim fez, se aventurou. Mas logo descobriu que não adiantava, todos eram normais, se contentavam com um simples fato, um simples ato, um gesto banal, ela não queria palavras, não queria promessas,  não queria sonhos, queria apenas se aventurar, viver, realizar. Ela reencontrou o mesmo garoto, ele levava a mesma vida, ele sorriu ao vê-la, quis voltar, reconquistar, ela apenas sorriu e sem nenhuma palavra desapareceu. Aquele rapaz não era pra ela, aquele universo não era pra ela. Decidida, então, se arriscou no mundo. Sem aviso, sem telefone e sem nenhuma garantia partiu. Se por acaso alguém se deparar com uma estranha sem lar que não sabe amar, pode ser ela, pode ser a garota perfeita desse cotidiano imperfeito. Não grite,  não corra, se aproxime devagar e  aprecie apenas aquele brilho no olhar de quem sabe o que quer e diga baixinho, em forma de prece, que às vezes vale a pena sonhar.
(Luíza Gallagher)

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