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Sophie IV




Adam, 



Sua falta não mais me causa dor e nem lágrimas rolam pelos meus olhos. Após dois anos sem você sinto apenas o ódio pela sua partida. Eu o amava como a um príncipe, mas hoje vejo que você nunca passou de um vilão cruel e ardiloso. Roubou de mim toda a alegria, toda a ingenuidade e carregou o coração que eu possuía. Hoje não mais sou capaz de amar.

Não existe alegria e nem esperança, estou cercada por trevas. A esperança que me restava foi por fim destruída, dois anos e nenhum sinal de você?

Alice é meu porto seguro, irônico. Uma criança indefesa que deveria depender de mim, mas cá estou eu atirada no chão aos prantos completamente frágil. Vejo-me no escuro sem seus olhos para me iluminarem, Adam.
Eu o odeio, odeio por ter despedaçado minha vida, odeio por ter aparecido, por ter me feito amar, por ter me feito acreditar... Mas você partiu sem mim, sem Alice... Você nos abandonou como um pobre bêbado abandona a esperança ao virar mais uma garrafa de rum. Você me abandonou como quem abandona um cão sarnento, demonstrando assim toda a crueldade que um ser humano pode ter.
E eu perdi dias, meses, anos ali a te esperar. Todo o fim de tarde ia para frente do mar para ver se ali encontraria partes de você. Cansei de mendigar migalhas de você. As pessoas não entendem, pedem para eu parar, para eu seguir e cuidar da Alice, dizem que não importa quem quer você seja.
Ninguém o conhece Adam, e como poderiam conhecer? Eu que me julgava sua, eu que te julgava meu... Olha para mim, olha como estamos, olha o que sua ausência me causou.
Gostaria que você nunca tivesse existido. Cada minuto ao seu lado fez com que eu me sentisse no paraíso, mas a cada segundo da sua ausência me sinto caindo em um abismo infinito de dor. Essa é a última carta que escrevo a você Adam.
Quero que saiba o quanto o odeio por tudo e espero que um dia pague. Quanto a Alice, oh, a bela menina de olhos iluminados, ela é um anjo apesar de possuir seus olhos demoníacos. Ela me salvará da dor da sua ausência. Sobreviveremos ao seu abandono, como se você ao menos se importasse.

Sophie.



(Luíza Gallagher)

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