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Largo Tudo Se A Gente Se Casar Domingo






-Sim - ouvi minha voz rouca e vacilante concordar com a maior loucura da minha vida.

Não vou mentir, eu estava com muito medo. Minhas mãos trêmulas denunciavam o meu nervosismo. Não me leve a mal, mas sempre fui uma boa garota, talvez nenhuma filha perfeita, mas não tirava notas ruins na época do colégio e nunca me meti em confusões, mas aquilo... 

Olhei para ele e ali estava tudo o que eu sempre sonhei. O sorriso mais lindo do mundo, o olhar... Ah, a intensidade daquele olhar me inunda de certezas. A minha mente grita “É ele”, e eu apenas sorrio.

Uma voz grave a minha frente me tira do devaneio, fico surpresa por ter esquecido nesses poucos segundos que nós não estávamos a sós.

-Eu os declaro marido e mulher. – disse o padre, confirmando o que o meu coração já sabia, aquele homem era meu e eu era dele.

-Pode beijar a noiva.

Meu coração quase explodiu com o toque daqueles lábios nos meus, meu marido.

Saímos da capela tropeçando na alegria que transbordava de nós dois.

-Meu pai vai nos matar! – eu constatei alarmada. Ele apenas sorriu e disse com uma inacreditável simplicidade:

-Ele não precisa saber por enquanto, nós não vamos voltar mesmo. – me deu uma piscadela displicente que combinada com aquele sorriso torto formava a perfeita imagem de um moleque travesso ou de um doce cafajeste. 

-Viver em Las Vegas? – duvidei.


-Viver de amor na terra das fantasias, aqui tudo é possível, querida! – ele me corrigiu. Pegou em minha mão, beijou minha aliança e sorrimos. Eu lhe lancei um olhar provocante e o puxei para dentro do primeiro cassino.


(Luíza Gallagher)

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