Sem meias palavras ou excesso de jogos. Sem promessas vazias ou tentativas de intimidade.. Era tão fácil..Tão encantador.
Quando menos esperava lá estava eu a meio passo do precipício, pronta para pular. Nem tinha visto a borda se aproximar.
Tentador. O ar fresco soprando na face. A leveza do ar. Era tentador não querer se atirar.
Dei um passo para trás. Todo o instinto lutando para se distanciar. Mas a adrenalina era tão atraente, doce…
O abismo parecia me provocar e eu não sabia se conseguiria mais dizer não. Ele me tinha nas mãos, e parecia saber. Era tão estupidamente simples saltar.
Esse é, afinal, o dilema eterno. A batalha, da razão versus emoção. Realidade e ilusão. Sanidade e desvairo.
Eu sabia o que era certo, o que deveria ser feito. Mas era tão tentador. Tão deslumbrantemente tentador que boa parte minha desejava aquele salto.
Eu tinha pavor da queda inevitável, da dor certeira. Mas ainda assim era difícil resistir. Um passo para trás. Recue. Mais um. Ops, um pra frente. Volta.
Se ao menos houvesse alguma rede de proteção...
(Luíza Gallagher)
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